‘O plano para destruir os saiyajins’ desvendado!

Finalmente, vamos esclarecer, graças aos nossos amigos do Daizex!

Em agosto de 1993, um jogo foi lançado para Nitendo Famicom (NES) no Japão e foi intitulado de Gaiden: Saiya-jin Zetsumetsu Keikaku (‘O plano para destruir os saiyajins’).

O enredo girava em torno de um tsufurujin (da raça que foi massacrada pelos saiyajins após acolhê-los pacificamente em seu planeta) buscando vingança, pretendendo destruir todos os saiyajins restantes. A primeira parte de “O plano para destruir os saiyajins” era de destruir a vida na Terra através de um ‘Gás Destron’, que matava rapidamente as formas de vida. Além do gás mortal, o vingativo tsufurujin também contava com uma máquina (‘Hatchihyakku‘) capaz de absorver o ódio e com tal ódio criar guerreiros fantasmas, inclusive o próprio tsufurujin, Dr. Raichi, além de poderosos rivais já derrotados anteriormente, como Freeza, Coola, Turles e Slug.

>ドラゴンボールZ外伝 サイヤ人絶滅計画
Doragonbôru Z Gaiden: Saiya-jin Zetsumetsu Keikaku
DragonBall Z : O plano para destruir os saiyajins

Enquanto outros jogos de mangás ou séries de TV normalmente incorporam algum trecho de sua própria história, esse jogo foi completamente diferente de qualquer outro já visto, criando uma história completamente nova, nunca antes mostrada. Feito no tradicional jogo de cartas da época, ele foi um dos maiores lançamentos da Famicom, mesmo sendo lançado depois do Super Famicom (SNES) ter sido lançado.

Naquele mesmo mês, dois volumes VHS foram lançados para complementar o game, chamados de “Guias visuais oficiais” (公式ビジュアルガイド – kôshiki bijuaru gaido). Esses vídeos eram totalmente animados, com dublagem e BGM que agiam como uma espécie de guia estratégico para o jogo. Eles mostravam os passos corretos a se tomar (incluindo cortes com cenas da tela com o mapa do jogo da Famicom), técnicas para usar e a ordem dos eventos para se jogar.

Lançado em duas partes (Jôkan/parte 1 e Gekan/parte 2), esse “guia visual” foi simultaneamente um OVA para a franquia Dragon Ball.

ドラゴンボールZ外伝 サイヤ人絶滅計画 上巻
Doragonbôru Z Gaiden: Saiya-jin
Zetsumetsu Keikaku Jôkan
DragonBall Z : O plano para destruir
os saiyajins – pt. 1
ドラゴンボールZ外伝 サイヤ人絶滅計画 下巻
Doragonbôru Z Gaiden: Saiya-jin
Zetsumetsu Keikaku Gekan
DragonBall Z : O plano para destruir
os saiyajins – pt. 2

A animação até recebeu sua própria trilha sonora, lançada em 21 de outubro de 1993, com 11 músicas, 45 minutos. Interessante notar que os títulos das músicas são todos em inglês.

Capa do CD com a trilha sonora do OVA

Mas o que é um “OVA” ? Um OVA é um “Original Video Animation”. São geralmente produções de orçamento mais elevado, e são sempre lançados em formato caseiro. Apesar de serem transmitidos na TV, seu lançamento é direto em formato caseiro, seja VHS ou DVD (dependendo do seu período de lançamento) – e esse é o único aspecto que os classifica como OVA. Não importa se é baseado em um mangá, um remake de um anime já existente ou uma sequência, se este item for lançado em formato caseiro, então é um “OVA”.

A maioria das pessoas que são familiarizadas com a versão japonesa da franquia sabem que no Japão a Bandai é a responsável pela gama de jogos de Dragon Ball. Desde o ‘Mistery of Shenlong’ (‘Dragon Power’ nos EUA) da Famicom até o atual ‘Raging Blast’, a Bandai tem sido a responsável por todos os jogos lançados.

Em 1994 dois jogos de Dragon Ball foram lançados em um sistema que poucas pessoas devem conhecer: o Playdia, conhecido como “Quick Interactive System“, produzido pela própria Bandai:

Na era do novo Sony PlayStation e Sega Saturn, em 1994, pareceria estranho que uma empresa como a Bandai de repente fizesse seu próprio console. O sistema foi comercializado como um console de “família” e para um público mais jovem. O sistema até usava controle sem fio, antes nunca visto, até dar a dica para a Microsoft para a década seguinte.

Diferentemente dos consoles tradicionais, o Playdia era baseado em FMV (“full motion video”, similar aos primeiros jogos de CD da Sega), com um menu em que um botão apertado faz aparecer algo diferente e você assiste a um vídeo. Como era de se esperar, o sistema não foi bem sucedido no mercado.

Em setembro e dezembro de 1994 foram lançadas as partes 1 e 2 do jogo Gaiden: Shin Saiya-jin Keikaku Zetsumetsu (O Plano para Destruir os Saiyajins): Uchû-Hen (capítulo do espaço) e Chikyû-Hen (capítulo da Terra).


Doragonbôru Z Gaiden: Saiya-jin
Zetsumetsu Keikaku Jôkan
DragonBall Z : O plano para destruir
os saiyajins – pt. 1

Doragonbôru Z Gaiden: Saiya-jin
Zetsumetsu Keikaku Gekan
DragonBall Z : O plano para destruir
os saiyajins – pt. 2

Os dois jogos eram iguais a qualquer outro da Playdia – apertava-se um botão e algo acontecia em FMV. O vídeo, apesar de ter baixa taxa de frames era bem impressionante para a época em que foi feito.

O que antes gerava dúvida em cima das cenas animadas era de comporem ou não um ‘OVA’. Tal dúvida era devido às mesmas cenas animadas da metragem do “Official Visual Guides” terem sido utilizadas nos dois jogos da Playdia um ano antes do guia do jogo ser. Apesar de os guias visuais terem melhor compressão de vídeo, os jogos da Playdia tinham uma extensa quantidade de imagens não vistas nos guias, o que possibilitava o jogador passear pelos cenários, visitando locais irrelevantes, enfrentando inimigos na ‘ordem errada’, etc.

Então como pôde uma animação dessa ser considerada como um ‘OVA’? Enquanto as cenas dos jogos da Playdia (e especialmente de seus caminhos alternativos e extras) tornavam-se cada vez mais difundidos devido ao aumento de serviços como o YouTube, o filme que a maioria dos fãs se referem como “OVA” é na verdade o guia visual liberado em VHS.

Isso é um ‘OVA’ mesmo? No sentido técnico, sim, ele é, já que o filme foi lançado para formato caseiro, independentemente de sua classificação como um guia para um videogame. A própria Toei ocasionalmente referiu-se à produção como OVA, apesar de o termo ser mais conhecido como já definido anteriormente. A maioria dos fãs desconhecem a diferença entre a história original do jogo da Famicom de 1993, nunca imaginando ter uma versão extra em VHS de um jogo, lançada em 1994.

De volta aos tempos dos fansubs da internet, comuns como são hoje em dia, “Carddass” disponibilizou uma tradução de uma cópia de um VHS, que depois passou para o dono do fansite “Dragon Ball Blast” e, no inverno de 2000, saiu a versão “legendada”, lançada como “DBZ OVA“, para VHS.

As legendas eram horríveis, com bastante dificuldade de se ler e com vários erros de pontuação e gramática e o VHS virava lixo depois de algumas reproduções, ficando impossível de ver a tela. Posteriormente fizeram uma segunda versão, corrigindo os erros, mas a baixa qualidade do vídeo já estava ultrapassada.

O termo “OVA”, usado para descrever a animação (ignorando-se a classificação japonesa) provavelmente originou-se a partir das traduções e distribuições nos EUA (através dos admins dos sites mencionados), em combinação com as listagens da Toei. Vários fãs de DBZ dos anos 90 realmente não sabiam dessa diferença entre os jogos da Playdia e os lançamentos em VHS – e de fato, alguns até achavam que eram a mesma coisa, aumentando ainda mais a dúvida de ser ou não ser ‘OVA’.

E para um choque ainda maior para os fãs, a Toei Animation incluiu toda a animação como um extra em seu segundo volume de Dragon Ball Z “Dragon Box”, lançado no Japão em 2003. A animação recebeu finalmente um formato decente, mesmo não sendo remasterizada como o resto da série.

A animação até chegou a ser descrita e mencionada em guias japoneses, mas não com tanta frequência quanto os filmes da série. No sexto daizenshuu, “Movies & TV Specials”, temos duas páginas dedicadas ao OVA, contando sua história, seus personagens, mas tirando isso, não tem sido nada mais que uma nota de rodapé para a franquia de Dragon Ball.

 

Por dezessete anos, essa era a história. Com a inclusão da animação como um extra no “Dragon Box” japonês e nenhuma licença internacional para os jogos, suas histórias e animações eram como um “filme perdido” para muitos fãs. Somente aqueles que se dedicaram a cavar e cavar atrás de informações em fansites que teriam a chance de saber disso. Nomes como Dr. Raichi e Hatchihyakku iriam aparecer de tempos em tempos em discussões entre fãs, mas sem todo o conhecimento agora aqui disponível, nem valeria a pena entrar nessas discussões.

Assim como o Daizex foi o primeiro site a divulgar a notícia da vinda de Dragon Ball Kai, em 2009, foi a partir de um contato que o website americano tem dentro da Toei que ficaram sabendo das vindas do remake do OVA Saiya-jin Zetsumetsu Keikaku.

Em 15 de maio desse ano, Wasted Wisher mandou notícias para o Daizex:

“Então, eu estou ciente que temos o andamento de um novo jogo de Dragon Ball, mas eu não sei qual dos sistemas que vão utilizar. O que acontece é que nosso estúdio foi avisado recentemente que iriam ter um trabalho com uma nova animação de Dragon Ball… de cerca de trinta minutos de animação. Foi dito que eram para algum videogame, mas eu ainda não sei qual. A maior parte desse trabalho seria feito por animadores-chefe, mas eu certamente espero que isso desça para alguns animadores intermediários para que eu possa colocar as mãos neles. […]”

As coisas mantiveram-se calmas por cerca de um mês, até que em 19 de junho, Wasted Wisher enviou mais informações:

“Olá pessoal. Lembram-se quando eu disse a vocês que a Toei estava fazendo animações para um novo jogo de Dragon Ball e eu não sabia qual jogo ia ser? Pois bem, agora eu sei. A nova animação é um remake / relançamento de “O plano para destruir os saiyajins”. Os animadores-chefe finalmente receberam as primeiras imagens para trabalhar para o novo jogo, então eu pensei em ver os modelos e layouts do vídeo original. De acordo com meu colega, ele disse que a taxa de frame dessa animação é bem baixa, então deveria ser para algum jogo portátil (talvez esse jogo seja para 3DS?). Além disso, eu não tenho idéia de como o jogo vai parecer. Ah, e mais uma coisa… diferente de Dragon Ball Kai, onde a animação é basicamente re-traçada do material antigo, essa animação aqui é feita a partir do zero. Eles ainda vão usar os scans do vídeo antigo para os layouts, mas são somente para referência (vistas, posicionamentos, etc). Quanto à animação atual, está sendo reconstruída do zero. (Yeah, acho que essa última parte vai gerar várias reações, tenho certeza…)”

Novamente, por alguns meses, os fãs ficaram achando que o jogo provavelmente seria portátil. Quando a Nintendo lançou o 3DS na E3 2010, a Nanco-Bandai também revelou que um novo jogo de Dragon Ball (sem título na época) seria lançado para o sistema. Seria esse o jogo do remake Saiya-jin Zetsumetsu Keikaku?

Já no início de agosto a edição da Jump revelou a verdade: o novo DB Raging Blast 2 que sairia para PlayStation 3 e Xbox 360 teria incluso algo chamado Sûpa Saiya-jin Zetsumetsu Keikaku, ‘O plano para destruir os super saiyajins’:

Tivemos então a confirmação que história original estava sendo recriada e reanimada a partir do zero (ao contrário de DBKai, exatamente como Wasted Wisher descrevera), e teria um extra especial, de 30 minutos de animação, disponível no disco de Raging Blast 2.

Não há confirmação ainda de como será a história integrada no modo single-player, normal story no Raging Blast 2 – aparentemente teremos novas capacidades, como o scan da Jump diz que Freeza vai lutar com Goku com novas técnicas e combos, possivelmente se referindo às versões de “Ghost Warrior” que os heróis enfrentam no Saiya-jin Zetsumetsu Keikaku original.

No dia 9 desse mês a Namco-Bandai  do Japão emitiu um comunicado formal à imprensa sobre o jogo e a inclusão da nova animação. O site oficial também foi atualizado com designs e esboços dos personagens:

Naquele mesmo dia, a Namco-Bandai lançou várias informações a respeito do jogo, incluindo imagens do remake de “O plano para destruir os super saiyajins“. Uma mesma imagem, da mesma cena do vídeo original, de 1993 é comparada com a do remake:

Além de tudo, disponibilizaram os designs de Goku (cores) e de Coola (arte em linhas):

Wasted Wisher” conseguiu fornecer ao Daizenshuu EX com exclusividade alguns dos materiais da produção que estão sendo usados em “O plano para destruir os super saiyajins”. Baseado nos atuais esboços, aparentemente pequenos detalhes serão modificados, como por exemplo, na comparação da versão original de 1993 e a versão atual, nós vemos Trunks originalmente transformado em super saiyajin enquanto na nova versão ele está em sua forma natural (similar à versão acima, com Goku):

A seguinte sequência de quadros mostra uma das animações que está sendo produzida:

No dia 18 de agosto, em conjunto com a GamesCom 2010, na conferência de videogame na Alemanha, a Namco-Bandai liberou mais imagens dos designs dos personagens:

 

Adicionalmente, um novo trailer do Raging Blast 2 foi lançado, mostrando várias cenas de “O plano para destruir os super saiyajins”:

Através desse mesmo trailer, revelam que Hatchihyakku (adaptado para um mais simples “Hatchiyack”) será um personagem jogável pela primeira vez, antes sendo somente um “chefão” nos jogos originais da Famicom e Playdia games.

Para os que ficaram curiosos quanto à história desse OVA, aguardem!

Post adaptado do Daizex

12 Respostas para “‘O plano para destruir os saiyajins’ desvendado!

  1. Será publicado os OVA’s “Trunks e Gohan, Guerreiros do futuro” e “Bardock, o pai de Goku” ? caso haja uma previsão, poderia me dizer quando??

    Agredecerei a resposta

  2. ei son w , vc tem a trilha sonora do OVA “O Plano Para Erradicar os Saiyajins”??

  3. Texto foi traduzido direto do Daizex (hoje conhecido como Daizenshuu – união do Daizex com Kanzenshuu), como está referenciado no post 🙂

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